Situada entre as elevações da Fóia e da Picota, a vila de Monchique encontra-se incrustada na serra que lhe dá o nome, a uma altitude de 458 metros. Muito virada para o turismo nos dias de correm, a vila integra-se numa zona de rara beleza, rodeada por exuberante vegetação onde, aliás, é abundante a maior magnólia da Europa.
Constituído por três freguesias, que se dispersam por um território com uma superfície de 396,15 Km2, o concelho encontra-se limitado a norte por Odemira, a leste por Silves, a sul por Portimão, a sudoeste por Lagos e, finalmente, a oeste por Aljezur.

A vila de Monchique encontra-se rodeada por densa vegetação
A serra possui uma vasta riqueza ao nível da sua flora. Se, por um lado, existe uma abundante vegetação maioritariamente constituída por Tojo, Azevinho, Rododendro, Medronheiro e Urze, por outro, as grandes manchas de sobro, eucalipto, pinheiro e castanho, que proliferam nas florestas que atravessam o concelho, são um marco da identidade natural da região. De qualquer modo, nas últimas décadas, há a lamentar a perca de uma parte significativa de algumas espécies endógenas da serra, nomeadamente de Castanho e Sobro, pois têm vindo a ser progressivamente substituídos por grandes extensões de Eucaliptos e Pinheiros, árvores com um crescimento muito mais acelerado, logo, mais rentáveis para a indústria da madeira.
A produção da aguardente de medronho, resultante da fermentação do fruto muito abundante nas vertentes voltadas a norte das serras, bem como o artesanato e a gastronomia, são actualmente algumas das indústrias mais importantes para a economia local.
Um pouco por toda a serra, as casas preservam a arquitectura tradicional algarvia, com as suas paredes imaculadamente brancas e as cantarias pintadas por cores fortes. Mas um dos factores que mais diferencia a arquitectura serrana daquela que é utilizada junto à orla litoral é a utilização das chaminés de saia: uma chaminé onde a largura da sua base corresponde, normalmente, à área total da lareira instalada nas cozinhas.
A gastronomia é outros dos elementos que é indissociável da história e da marca identitária que Monchique tem para oferecer. Embora se possa dizer que muita da sua riqueza resulta, em parte, da grande variedade de pratos e petiscos, há que não esquecer os saberes que ao longo dos séculos passaram, em muitos casos como segredo de família, de pais para filhos. Confeccionados muito à base dos tradicionais enchidos, como é o caso da chouriça, farinheira, molho ou morcela, os pratos tradicionais da região convidam à gula e a momentos de verdadeira degustação.
O que visitar
1 | Vila de Monchique

O casario típico distribui-se através de ruas estreitas e íngremes
O Largo de São Sebastião é um dos locais privilegiados para avistar a vila de Monchique, bem como o seu casario imaculadamente branco e típico, que se propaga pelas encostas verdejantes, entre ruas estreitas e íngremes.
Na Igreja Matriz de Monchique, construída nos séculos XV – XVI e amplamente reconstruída no pós-terramoto de 1755, destaca-se o belo pórtico ogival manuelino, marcado por cinco cogulhos angulares, bem como a capela do Santíssimo, com vários painéis de azulejaria do século XVII.
A Ermida de S. Sebastião foi mandada construir pelo rei D. Sebastião e terá sido inaugurada em 1573, muito provavelmente, durante a visita que o monarca efectuou a Monchique. Localizada a sul da vila, a Igreja não apresenta pormenores arquitectónicos de grande relevo, mas guarda um notável altar Rococó e uma imagem de Nossa Senhora do Desterro, proveniente do antigo convento franciscano.
2 | Ruínas do Convento de Nossa Sr.ª do Desterro

Antigos claustros do Convento de N. Sra. do Desterro
Nas imediações da vila, já fora do seu perímetro urbano, destacam-se ainda as Ruínas do Convento de Nossa Sr.ª do Desterro. Fundado em 1631 por Pêro da Silva, o convento franciscano é marcado pela arquitectura manuelina e, tal como a generalidade das edificações da região, também ele foi severamente danificado pelo terramoto de 1755.
Lamentavelmente o local está votado ao abandono, com pessoas a habitarem alguns dos seus espaços, além de se encontrar num estado avançado de ruína que, apesar de tudo, conserva ainda parte do seu encanto e interesse. Embora pareça existir um projecto ligado à hotelaria, com capacidade para recuperar a totalidade do património, o certo é que as vontades divergentes dos seus múltiplos proprietários têm criado um verdadeiro impasse que já dura há anos.
3 | Caldas de Monchique
As Caldas de Monchique, que são uma das principais atracções da região, distam apenas 5 km do centro da vila. São um SPA Resort Termal conhecido pelas propriedades terapêuticas e curativas das suas águas. Muito famosas desde o tempo dos romanos, período em que foram apelidadas de milagrosas, as actuais oito nascentes brotam águas cristalinas, com temperaturas compreendidas entre os 27ºC e os 31,5ºC. Muito ricas em bicarbonato, flúor, sílica e sódio, são indicadas para o tratamento de complicações no aparelho digestivo e respiratório, bem como para problemas musculares e reumáticos.
Para além do alargado programa de tratamentos que se encontra disponível, a Villa Termal das Caldas de Monchique, constituída por hotéis em edifícios históricos recuperados, Piscina Exterior de Água Termal, Balneário Spa Termal, Restaurantes, Lojas, Salas de Reunião e Wine bar, é também um local privilegiado para descontrair e desenvolver actividades de lazer ao ar livre.
4 | Miradouro da Fóia

A vista do Miradouro da Fóia é verdadeiramente deslumbrante
Ziguezagueando até ao topo da serra, o Miradouro da Fóia, com os seus 902 metros de altitude, é o ponto mais alto do Algarve. Local privilegiado para a contemplação da paisagem natural, sobretudo nos dias com boa visibilidade, a Fóia permite avistar um horizonte dominado por vários pontos de interesse: para sul, a costa oceânica e a Ria de Alvor; para leste, as albufeiras do Funcho e do Arade; para norte, a Serra de Espinhaço de Cão; para oeste, a cidade de Sagres e o Cabo de São Vicente.
5 | Picota
A Picota, com os seus 774 m de altitude, é o segundo ponto mais elevado da Serra de Monchique e destaca-se pela deslumbrante panorâmica que tem para oferecer. Embora as vistas sejam mais escarpadas que em outros locais, segundo a opinião de alguns entendidos, muito provavelmente são até melhores que as do Miradouro da Fóia. É ainda um local onde poderá desfrutar do melhor que a fauna e flora da região têm para oferecer.
6 | Cascatas
Na serra de Monchique existem várias quedas de água, mas há três que merecem particular destaque: a Cascata de Barbelote, que muito provavelmente é a mais bela do concelho, pode ser acedida através de um pequeno acesso pedonal desde a vila ou a partir da estrada de Vale de Largo – Barbelote, caso a escolha para se movimentar recaia sobre o automóvel; a Cascata do Chilrão encontra-se junto à estrada que liga Marmelete ao Chilrão, havendo possibilidade de parar a viatura junto à queda de água; a Cascata do Penedo do Buraco, que é a mais pequena das três, situa-se na costa norte da descida da Fóia, junto à estrada alcatroada, no sítio do Penedo do Buraco.
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